Retornando, foi aprovada a CPI da Covid nesta tarde-noite de terça-feira (dia 13), depois da leitura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recomendando a investigação da conduta do presidente Bolsonaro durante a pandemia, destinando recursos para estados e municípios. Estes não serão investigados diretamente, cabendo isso às Assembléias estaduais e municipais. Agora, os líderes devem indicar seus representantes, sendo 11 titulares e 7 suplentes.
O que achamos. Claro que a conduta do presidente, negacionista, rejeitando as vacinas num momento inicial, atrasando inclusive, a encomenda delas, deve sim passar por uma avaliação, mas discordamos com o momento, já que as energias deveriam estar “transferidas” para o combate à pandemia. O problema é que como tudo no Brasil, quanto mais se adiam as decisões mais chances existem de não dar em nada. Aqui o “ganhar tempo” tem sua serventia.
Sobre o imbróglio do Orçamento, seguem as batalhas de pareceres, com os assessores do Legislativo “defendendo” a aprovação integral da peça orçamentária, cheia de emendas (R$ 31,3 bilhões) e com a esdrúxula tese de corte de despesas obrigatórias”. Na leitura dos parlamentares, “depois, ao longo do ano, vamos ajustando”. Já os técnicos da equipe econômica, sabedores dos riscos aí embutidos, cheia de ilegalidades e acomodações contra a “Lei do teto de gastos”, já recomendam o veto integral, sob o risco do governo incorrer em crime de responsabilidade. Uma solução intermediária é a criação de uma PEC alternativa para “destravar os programas emergenciais fora do teto”, no total de R$ 18 bilhões em emendas.
Como sabemos, o presidente tem até o dia 22 para sancionar este Orçamento e até recomendação de se ausentar neste dia, para que o ônus da assinatura recaia sobre o terceiro da sucessão, Arthur Lira, já foi aventada. O especialista em Finanças Públicas, Felipe Salto, inclusive, se espanta com a situação, dada a profusão de contabilidade criativa, criada nesta “peça orçamentária”.
Neste clima, e ainda influenciados pela forte queda dos treasuries longos nos EUA, desvalorizando o dólar frente às moedas dos emergentes, os mercados fecharam o dia desta terça-feira (dia 13) “meio de lado”.
No mercado. O Ibovespa avançou 0,41%, a 119.297 pontos, recorde desde fevereiro, acumulando 2,28% no mês e 0,24% no ano. O giro financeiro seguiu fraco, em torno de R$ 29,3 bilhões. A impressão é que o mercado continua na expectativa do desenlace destes eventos citados acima, não querendo assumir nenhuma posição. Momento é de espera. Isso se refletiu na curva de juros, “imbicada para cima”, com os futuros para janeiro de 2027 a 9,0%. Já o dólar fechou a R$ 5,7176, quase estável, recuando apenas 0,08%%, pesando o cenário interno conturbado e de olho nos EUA, depois do CPI de março.
Nos EUA. Em resposta, os mercados de ações em NY fecharam sem “sinal único, mistos”, indicando um momento ainda cheio de armadilhas e desafios, na pandemia e na retomada da economia e da inflação. A Nasdaq avançou 1,0%, a 13.996 pontos, impulsionada pela Tesla (+8,6%), a S&P +0,3%, a 4.141 pontos, e o DJ recuando 0,2%, derrubado pelas incertezas com a vacina da Jansen, Johnson & Johnson (-1,29%), suspendida a produção depois da FDA descobrir que pessoas que tomaram tiveram trombose.
No Brasil, aguardemos a “montagem” da CPI da Covid e como o presidente deve responder a isso. No Orçamento seguimos com a batalha de pareceres. Achamos por cautela, como já dito, o veto parcial do que o Congresso enviou ao presidente. Nem tão radical, como os técnicos do governo, nem tão frouxo, como os assessores do Parlamento