quinta-feira, 6 de maio de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 05/05/2021 - DIAS DIFÍCEIS

Terça-feira foi intensa e quarta-feira não deve ser diferente. Teremos a reunião do Copom, sendo consenso o ajuste de 0,75 ponto percentual, a 3,5%, e a CPI da Covid 19 deve avançar nas suas “oitivas”, com o depoimento do ex-ministro e médico Nelson Teich. No exterior, os mercados devem continuar a repercutir as declarações de Janet Yellen, e atenção especial deve ser dada ao transcurso da pandemia no mundo, com especial destaque para a Índia.

Realmente, ontem foi um dia de stress nos mercados. No Brasil, uma série de fatores internos também pesaram, assim como as citadas declarações de Yellen. A bolsa de valores paulista, pelo índice Ibovespa, recuou 1,26%, a 117.712 pontos e lá fora, em NY, os mercados fecharam sem uma “direção definida”. O Dow Jones subiu 0,06%, a 34.133 pontos, mas o S&P recuou 0,67%, a 4.164 pontos e o Nasdaq cedeu 1,86%, a 13.633 pontos. Tudo porque a secretária de Tesouro Norte-americano, Janet Yellen, sinalizou que o juro norte-americano pode ser elevado se houver um sobreaquecimento da economia.

No Brasil, tudo se complicou ainda mais, depois do “direto e assertivo depoimento” do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta na CPI da Covid, criticando a postura negacionista do presidente, quanto à gravidade da pandemia, além da “politização da vacina”. Soma-se a isso, a base de apoio politico do governo no Congresso indicando que pretende derrubar os vetos do presidente ao Orçamento deste ano. Isso acabou ofuscando a boa notícia da apresentação do projeto de reforma tributária.

Na reunião do Copom parece dado que o Banco Central deve tentar “ancorar as expectativas”, tentando trazer a inflação do ano que vem para próxima da meta de 3,75%. Isso porque, neste ano, o IPCA fechará acima do teto da meta, pelas nossas estimativas, entre 5,1% e 5,3%.

Sobre as decisões do Copom, um ajuste de 0,75 ponto percentual ocorre hoje, depois, mais dois, um de 0,75 p.p. na reunião de junho, e um de 0,5 p.p. em julho, para fechar o ano em 5,5%. O IPCA previsto é de 5,1% neste ano, mas preocupa a bandeira vermelha tarifária, autorizada pela Aneel, o que deve impactar o índice do IBGE em 0,2 ponto percentual no curto prazo.

Neste cenário, será importante observar o que será dito no comunicado, depois da reunião. Será que o BACEN continuará vendo a inflação como transitória e manterá o ajuste “parcial” da Selic, ou será que retirará este termo “parcial” e agirá de forma mais dura, mais hawkish, visando ancorar as expectativas para o ano que vem?

Em outras palavras, a autoridade monetária deve deixar o cenário para o “data dependent” ou deve agir com mais força no curto prazo?

De qualquer forma, achamos importante retirar este termo “parcial”, por engessar por demais e gerar ruídos desnecessários no mercado. Parcial então deverá ser lido como uma sinalização de juro, uma expectativa, e não um rígido compromisso.

Sobre a evolução da CPI da Covid 19, o receio maior é de que os depoimentos dos ministros, e de outros atores, sobre a administração da pandemia, acabem por ofuscar o esforço de tocar as reformas. A tributária por exemplo, foi apresentada ontem, mas pouco notada, dada a importância do depoimento do Mandetta. Disse ele, inclusive, que enviou ao presidente, pouco antes da sua exoneração, uma carta avisando sobre o risco de colapso do sistema de saúde e defendendo o isolamento social. Ao que parece, esta acabou ignorada.

No exterior, as atenções sobre o que disse Yellen, na hipótese de elevar o juro se a economia sobreaquecer, foram “amenizadas” pela resposta do Fed e da Casa Branca, considerando, por enquanto, possíveis pressões inflacionárias como transitórias. À noite de ontem, Yellen concertou o que disse, não colocando como inevitável a elevação de juro agora, mas deixando no ar esta possibilidade, desde que a inflação comece a pressionar.

Sobre a agenda do dia, além da reunião do Copom, destaque para os indicadores de atividade no Brasil, como o PIM do IBGE de março, já devendo mostrar alguma perda de fôlego, diante do atraso das vacinas na ocasião e o clima político piorando, e nos EUA, toda atenção para a geração de empregos do setor privado, segundo a ADP.

Bons negócios a todos!

Agenda Semanal
Indicadores

4ª feira (05)
PMI Composto e Setor de Serviços Markit (Apr) (EUA); Produção Industrial (IBGE, Mar) (Br); Variação de Empregos Privados ADP (Apr) (EUA); PMI Composto e Setor de Serviços Markit (Apr) (Br); PMI Composto e Setor de Serviços Markit (Apr) (EUA); ISM Não-Manufatura: Emprego (EUA); Estoques de Petróleo em Cushing; Decisão da Taxa de Juros Selic (Copom); Composto e Setor de Serviços (Apr) (China).

5ª feira (06)
Mercado deve “precificar” a reunião do COPOM; Relatório Mensal do BCE (Euro); Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego (EUA); Balança Comercial (Apr) e PMI do Setor de Serviços Caixin (China).

6ª feira (07)
Vendas no Varejo (PMC, IBGE, Mensal) (Mar) (Br); Relatório de Emprego (“Payroll”) (Apr) (EUA); Taxa de Participação (Apr) (EUA); Taxa de Desemprego (Apr) (EUA).

terça-feira, 4 de maio de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 03/05/21 - SEMANA DE CPI DA COVID E COPOM

Iniciamos maio com uma agenda doméstica centrada no que deve desenrolar na CPI do Covid e na decisão do Copom, na quarta-feira. Dúvidas surgem sobre como o relator da CPI deve se comportar. Na semana passada, na formação da mesa e nas discussões do cronograma, já se observavam algumas divergências entre os senadores que estarão nesta coordenação.

É uma semana também importante, pois teremos a reunião do Copom quando o Banco Central do Brasil deve deliberar sobre a política de juro para os próximos 45 dias. Muitos consideram inevitável mais uma elevada da taxa Selic em 0,75 ponto percentual, a 3,5%, e depois uma parada para ver como o mercado reage. O que parece perceptível é o forte movimento de valorização do real por estes dias, dada o carry trade entre juro doméstico e norte-americano, parado próximo à zero (0,25%). Na sexta-feira fechou em R$ 5,43, e não será surpresa se mantiver esta toada de queda do dólar, até pelo ingresso de recursos externos com os IPOs e o saldo cambial favorável pelo lado financeiro e também comercial, com as exportações agrícolas. Ou seja, é possível que nesta semana o dólar siga ladeira abaixo e o real se valorizando. Como dito acima, o único fator a “balançar” esta tendência de valorização do real é a total instabilidade política.

Nesta, destaquemos as manifestações pelo Brasil, no final de semana, “contra tudo e contra todos”, mas mais contra a necessidade de confinamento (dada a ameaça do vírus e a possibilidade das cepas mais agressivas).

Pessoas morrem como moscas na Índia e aqui no Brasil parte da população não se convence sobre a necessidade do isolamento social, do uso de máscaras, dos confinamentos, quando necessários, diante do atraso das vacinas, neste caso, sendo culpa apenas um ator, o governo. Enquanto as vacinas não estiverem chegando no ritmo desejável, a tendência será a pessoas terem que continuar com medidas preventivas e protetivas.

E será isso que a CPI da Covid-19 irá investigar. Um dos pontos mais importantes, aliás, será verificar porque o governo, intempestivamente, optou pelo tal “tratamento preventivo” com o “kit Covid 19” e não pelo protocolo global, batalhar pelas vacinas e manter o isolamento social e o uso de máscaras?

Mas o BC estará atento também ao comportamento da inflação. O IPCA-15 de abril deu uma boa cedida, enquanto que o IGP-M, contaminado pelas commodities em alta e o dólar valorizando até há algumas semanas atrás, foi a 1,51%. Veio acima do esperado (1,37%), mas em desaceleração na comparação com o resultado de fevereiro (+2,94%). Em 12 meses foi a 32,02%.

Este resultado do mês veio puxado pelo IPA (ainda que saindo de 3,56% para +1,84%), em especial nos preços dos produtos industriais (1,88%), com comportamento mais favorável da gasolina e do minério de ferro. Por sua vez, o IPC desacelerou de 0,98% para 0,44%, mostrando acomodação dos preços ao consumidor (assim como ocorreu no IPCA-15), mas atingiu 6,07% em 12 meses. O INCC também perdeu força (de 2,0% para 0,95%), respondendo a um comportamento dos preços de materiais, equipamentos e serviços (de 3,76% para 1,88%).

É possível que o fortalecimento do Real no curto prazo deva ajudar o índice nos próximos meses, sobretudo nos preços ao produtor (IPA).

Pela pesquisa Focus, do dia 23, observa-se a Selic a 5,5% ao fim deste ano, acima de 5,0% há quatro semanas, indo a 6,23% em 2022, 6,50% em 2023 e 6,50% em 2024. Já o IPCA previsto é de 5,01% para este ano, depois de 4,81% há quatro semanas, 3,60% no ano que vem, 3,25% em 2023, mesmo patamar para 2024. Por fim, o câmbio previsto para este ano é de R$ 5,50 (R$ 5,00 há quatro semanas), R$ 5,40 em 2022; R$ 5,17 em 2023; R$ 5,08 em 2024.

Nos EUA estejamos atentos aos PMI ao longo da semana e os indicadores de mercado de trabalho, com a oferta de empregos do setor privado e payroll. A partir destes, será possível ao Fed ter uma leitura mais clara sobre os próximos passos da sua política de juro.

Nos mercados nesta manhã de segunda-feira (dia 3), os Futuros Norte Americanos operavam da seguinte forma, S&P 500 (+0,29%); Dow Jones 30 (+0,31%); e Nasdaq (+0,16%). A US Tech operavam em alta de 0,18% e o S&P VIX (+5,68%). No mercado de commodities, o barril de petróleo WTI ( -0,16%), o barril de petróleo Brent (-0,19%). Nas commodities minerais, o minério de Ferro recuava 3,72%.

MACRO MERCADOS DIÁRIO 04/05/2021 - AMBIENTE É DE CAUTELA

Semana teve início com os mercados “meio de lado”, cautelosos sobre uma série de eventos em curso. Por aqui, a reunião do Copom e a CPI da Covid capitalizam as atenções, enquanto que nos EUA, o debate se desloca para os custos inflacionários dos pacotes anunciados pelo presidente Biden e os indicadores, em divulgação, alguns melhores do que outros.

Nesta segunda-feira (03), as bolsas de valores de NY operaram tímidas e o dólar perdeu um pouco de terreno, diante da divulgação do PMI Industrial de abril, dos Gerentes de Compra (MSI), aquém do esperado. Passou de 64,7 para 60,7 pontos, quando o mercado esperava expansão. Por outro lado, o PMI Industrial, IHS Markit, veio em suave expansão, passando de 59,1 para 60,5 pontos, mas abaixo das expectativas do mercado, que esperava 60,6. A interpretar estes dados a “limitação de oferta”, e não problemas de demanda.

Não há esta certeza. A economia norte-americana ainda mostra alguns aspectos vacilantes, diante dos riscos da pandemia e do fato dos mais pobres ainda não estarem totalmente incorporados. A economia norte-americana se recuperando mais rápido do que o esperado, pode desafiar o discurso mais dovish do presidente do Fed, Jerome Powell, de que a economia ainda levará algum tempo para se recuperar, revertendo a tendência de queda dos juros de 10 anos e do DXY.

Enquanto isso, os pacotes de estímulo, anunciados pelo governo, seguem em debate no Congresso. Lembrando, são US$ 1,3 trilhão de pacote emergencial, US$ 2,3 tri para a infraestrutura e US$ 1,8 tri para educação e as famílias. O problema é que Biden, para bancar estes pacotes, quer uma taxação pesada sobre os que ganham mais de US$ 1 milhão por ano, além das empresas, e isso não parece agradar as bancadas republicanas no Congresso. Estes se perguntam “se dariam um cheque em branco para um senhor de quase oitenta anos”.


No Brasil, a CPI da Covid, a reunião do Copom e, também, a proposta de reforma tributária são as novidades da semana.

Esta última, em parecer entregue na Comissão Mista, deve ser objeto de debates. Muitos a consideram uma “meia bomba”, fatiada em três ou quatro etapas. A primeira seria transformar o PIS Cofins em Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Numa proposta anterior, na PEC 45 do senador Baleia Rossi, a ideia seria criar o IVA a substituir o IPI, o PIS, o Cofins, o ICMS e o ISS, algo muito mais consistente e profundo. Claro que seria necessário um período de transição para os estados e municípios se adaptarem, mas este teria que estar no “cálculo político”. Estranhamente, esta PEC, uma solução no sentido de simplificar a carga de impostos, acabou pelo caminho, optando-se por algo totalmente inócuo à curto prazo.

Na CPI da Covid, nesta terça-feira tem início as oitivas dos depoimentos dos ministros da Saúde, desde o “início” da pandemia no Brasil, em março de 2020. Primeiro falará Luiz Henrique Mandetta, que deve vir com chumbo grosso (é só lerem o seu livro), depois Nelson Teich, o “breve”, pois ficou apenas um mês no cargo e na quarta-feira, o que diz “ele manda, nós obedecemos”, Eduardo Pazuello. Em seguida teremos o atual ministro Marcelo Queiroga e o presidente da Anvisa Antonio Barra Torres na quinta-feira.

Naturalmente, a situação do presidente não parece confortável. Mandetta deve falar sobre a briga dele com o presidente, na defesa do isolamento contra a necessidade da economia continuar rodando, também no embate da cloroquina, o mesmo motivo que fez o competente médico Nelson Teich não continuar no ministério.

Talvez a situação mais delicada deverá ser do ex-ministro Pazuello, na sua teimosa defesa pelo tratamento preventivo ou do “kit Covid”, já condenado pelo mundo, pela OMS, e vamos em frente. Nestes embates, não será possível esconder ou omitir nada. Tudo está nas redes sociais, tudo terá que ser esclarecido. Acreditamos, claro, que isso deve trazer muita instabilidade aos mercados. Não será possível uma guerra de versões. O que parece predominar hoje é que o presidente se guiou na contramão do bom senso e do equilíbrio. Os tratamentos contra a Covid 19 são poucos e limitados. Apenas o isolamento, o uso de máscaras e a higiene permanente, obstruem um vírus que se propaga pelo ar, pelo contato das pessoas. Contra isso, apenas o isolamento social e as quarentenas, quando necessárias.

Perdemos um ano pela total falta de coordenação e entrosamento entre os poderes da República. Não tivemos, ao longo deste período, um comitê de notáveis na adoção de medidas necessárias, não tivemos entrosamento entre entes subnacionais (estados e municípios) e o governo federal, não tivemos diálogo entre as esferas de poder. Deu no que deu. Como resultado, mais de 405 mil mortos até aqui.

Sobre a reunião do Copom, é maioria os que acreditam num ajuste de 0,75 ponto percentual nesta quarta-feira, a 3,5% ao ano, mas dúvida maior se concentra no comunicado a ser divulgado depois. Será que teremos um recado mais duro, mais hawkish, no linguajar do mercado, ou neutro? Um ponto aqui é saber se a “normalização virá parcial” ou não. Se retira ou mantém a palavra parcial. Muitos consideram ainda haver espaço para mais um ajuste de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Copom de junho. A Focus acredita que a taxa Selic vai a 5,5% ao fim deste ano.

O fato é que a inflação continua elevada, contaminada pela valorização forte das commodities, mas observa-se que o câmbio vem se apreciando, o que tende a ser um fator de amortecimento para estas pressões inflacionárias. Ontem, o dólar chegou a cair a R$ 5,37, mas diante do terreno pantanoso na qual navegamos, cheio de instabilidade, acabou fechando em R$ 5,4188 (-0,24%). Dava para ter caído mais. Isso porque o Fed de Jerome Powell continua ainda apegado à sua “política acomodatícia”, enquanto por aqui seguem em curso as estratégias de ajuste da Selic. É neste carry trade que a liquidez externa ainda ingressando no nosso mercado, com o saldo cambial favorável. E ele se torna ainda mais favorável, quando se observa que a balança comercial vem desempenhando fortes superávits. Em abril, o saldo foi a US$ 10,34 bilhões, com as exportações registrando US$ 26,48 bilhões, melhor saldo no mês pela série histórica, só possível pela forte demanda por commodities, em especial, da China.

Por fim, um alento neste momento de incertezas absolutas, uma entrega de 100 milhões de vacinas da Pfizer devem estar chegando por estes dias. Ótima notícia diante do cenário de 2,4 mil mortes pela média móvel semanal, 405 mil acumuladas e para piorar, o caos indiano e o que isso deve trazer ao mundo nas próximas semanas. Nesta virada de semana, novos casos passaram de 100 mil por lá.

Na agenda semanal, nos EUA, temos como destaque os dados de mercado de trabalho referentes a abril. Na China, dados da Balança Comercial movimentarão os mercados; na Europa, dados macro da Zona do Euro e reunião do BC Inglês e da Turquia ditarão os rumos da política monetária.

Nos EUA, na 4ªfeira será divulgado o resultado do ADP (exp. 875 mil), que mostra a criação de vagas no setor privado do país; na 6ª feira o payroll (exp. 978 mil) e a taxa de desemprego (exp. 5,7%) serão divulgados. Os dados robustos são consequência do acelerado cronograma de vacinação, que permite a reabertura da economia e principalmente do setor de serviços, segmento que mais emprega.

sábado, 1 de maio de 2021

MACRO MERCADOS SEMANAL 30/04/2021- BALANÇO

Chegamos nesta sexta-feira (30) ao fim do primeiro quadrimestre do ano, 14º mês de pandemia, e é importante um balanço, breve que seja, sobre o que aconteceu nesta última semana e no mês de abril como um todo (estaremos fazendo um artigo especial, neste fim de semana, traçando um cenário mais detalhado sobre o que enxergamos para maio e o restante do ano).

Basicamente, o que tivemos em abril foram “batalhas bem intensas” sobre a discussão do Orçamento deste ano, atrasado em quatro meses, a abertura da CPI da Covid, mais um lapso, dentre tantos, deste governo, e a pandemia, com as mortes chegando a 400 mil no acumulado, mais um mês de recorde, superando o anterior.

Sobre o Orçamento, depois de muitos avanços e recuos, acabou sancionado no dia 15, com o presidente vetando R$ 29 bilhões em despesas e emendas, mas, inevitável, gerando um grande desgaste entre os membros da equipe econômica, com vários saindo, destaque para o “número dois”, Waldery Rodrigues. Agora, o governo deve ir “executando” este orçamento, ajustando, ao logo do ano, onde cortar para o pagamento das despesas obrigatórias.

Falando da CPI da Covid, os trabalhos tiveram início nesta semana, sob a relatoria do senador por Alagoas, Renan Calheiros, mas muitos embates foram observados, com alguns querendo dar um caráter mais técnico, e outros, “faturar politicamente”.

De fato, a CPI deve mobilizar as atenções, pois o presidente, e o ministério da Saúde, erraram sim, ao negar encomendas de algumas vacinas, sempre na contramão do que deveria ser feito. Negou também a urgência da necessidade de uma campanha de conscientização, o uso de máscaras, álcool gel, isolamento social, quarentena, quando inevitáveis os picos de mortes.

Claro que o governo se exime de parte da responsabilidade, afirmando que o STF deu aos estados a devida autonomia para gerenciar a crise, no uso de recursos, e a estes entes não faltaram, mas é fato também a postura sempre errada do presidente, nestes 14 meses de pandemia, negando a realidade dos fatos, “batendo boca” com todos. O momento era de união, coordenação, organização. Nada disso foi possível.

Tivemos alguns indicadores econômicos mais promissores, mas inevitável um “freio de arrumação” na atividade entre março e abril, já que a economia perdeu força, dadas as vacinas em atraso, levando a inevitáveis lockdown, e o clima político açodado. A inflação ao consumidor cedeu um pouco agora em abril, com o IPCA-15 a 0,6%, mas o IGP-M foi a 1,51%, acima do esperado.

No governo central, uma boa notícia foi o superávit primário de R$ 2,1 bilhões do governo central, melhor resultado para o mês desde 2014. No mercado de trabalho, o Caged mostrou a geração de 184,1 mil vagas formais em março, bem melhor do que o ocorrido no mesmo mês do ano passado (fechamento de 276,3 mil vagas, decorrentes do início da pandemia).

Foi um mês também em que o governo realizou concessões de diversos aeroportos de segunda linha pelo Brasil, estradas de ferro, portos e rodovias. Nesta sexta a expectativa se volta para o leilão de concessão da CEDAE, empresa de saneamento do Rio de Janeiro, podendo a outorga chegar a R$ 10,6 bilhões, numa intensa disputa entre 12 candidatos. Importante salientar, no entanto, que não se tem tanta certeza da sua realização, dados os movimentos contrários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e de sindicatos, ligados aos servidores da empresa.

Nos EUA, o governo Joe Biden mostrou a que veio. Passados 100 dias da sua posse são impressionantes os seus feitos. Iniciou uma maciça campanha de vacinação pelo país prometendo imunizar a todos os adultos até maio deste ano, anunciou uma série de pacotes fiscais robustos, o último, nesta semana, para a área de educação, no total de R$ 1,8 trilhão. Antes, tivemos um pacote de infraestrutura de US$ 1,9 trilhão e um mais amplo, para as áreas ambiental, social, alternativas energéticas, dentre tantas, no total de US$ 2,25 trilhões.

Mas claro que na economia não existe “free lunch”. Alguém terá que pagar.

No seu discurso no Congresso na quarta-feira à noite, Biden falou “em impostos para quem fatura mais de US$ 1 milhão de ganhos de capital por ano e mais de US$ 400 mil.”

Segundo ele, as empresas terão que pagar, sendo muitas, com impostos reduzidos, não pagaram na gestão Trump. O corte de impostos de 2017 (Trump) elevou o déficit público em US$ 2 trilhões e “colocou bilhões no bolso de CEOs; na pandemia, 650 bilionários elevaram suas rendas em total de US$ 1 trilhão.”

Destacou também, “que o salário mínimo será elevado para US$ 15 por hora e que, com o apoio do Congresso, pode conceder crédito tributário a famílias, em medida que contemplaria até 65 milhões de crianças”.

Na opinião de muitos, o ativismo fiscal do presidente Biden surpreendeu, num discurso e decisões bem “progressista”, para muitos, “algo excessivo”. Como já dissemos, a contraposição a isso será um aumento da carga de impostos. Vejamos como a economia real deve reagir.

Foi uma semana também de reunião de Fomc e do presidente Jerome Powell pregando pela manutenção da “política acomodatícia”, sem expectativa imediata de elevação do juro, atualmente em 0,25% ao ano e o desmonte da política de compra de ativos (QE). Já o PIB do 1º trimestre nos EUA veio em linha com o esperado, crescendo 6,4%. Achamos que o crescimento da economia norte-americana deve se manter neste patamar, em torno de 6%, dados os pacotes de estímulo e a comparação estatística, depois de um ano de retração.

Na agenda desta sexta-feira (30), a divulgação da taxa de desemprego brasileira no trimestre até fevereiro. No exterior, s dados do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre e da prévia da inflação ao consumidor de abril da zona do euro, além do índice inflacionário PCE nos Estados Unidos.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 29/04/2021 - 100 DIAS E FED

Iniciamos esta quinta-feira repercutindo os 100 dias do presidente norte-americano Joe Biden no comando da maior nação do mundo. Acreditamos ser o saldo até aqui altamente meritório, com uma grande campanha de vacinação já tendo imunizado mais de 200 milhões de americanos e pesados programas de estímulo, mais um ontem anunciado, de apoio às famílias e à educação (de US$ 1,8 trilhões). 

Das 61 promessas de campanha feitas pelo presidente, para estes 100 primeiros dias, quatro não foram cumpridas, 33 estão em andamento e 24 foram totalmente cumpridas. Tivemos o reatamento dos americanos com  o Acordo de Paris e a OMS, uma pesada revisão das leis imigratórias, investimentos em Educação anunciados, estímulos fiscais grandiosos refletidos em variados pacotes. 

Enfim, uma América renovada renasce depois de quatro anos de "governo trumpista" (Donald Trump). E as mudanças de ares já são perceptíveis, em especial, na imunização da população norte-americana e no esforço de retormar o crescimento com força agora. Estimativas de mercado trabalham com os EUA crescendo 6% neste ano e 4% em 2022. Preocupa, no entanto, o excesso de ativismo fiscal. Muitos pacotes de gastos que terão que ter com compensação a adoção de mais impostos a incidirem sobre os mais ricos. 

Já se dá como certo o aumento da taxação sobre ganhos de capital para quem ganha mais de US$ 1 milhão por ano, de 20% para 39%, assim como mudanças nas alíquotas de Imposto de Renda para os que ganham mais de US$ 400 mil. Dúvidas, como sempre, surgem sobre se esta taxação pesada sobre os mais ricos não irá inibir novos investimentos ou gerar uma "revoada" de capitais internalizados. A conferir. 

Esta quarta-feira foi um dia intenso nos EUA. Além do discurso de Joe Biden no Parlamento, à noite, tivemos também a reunião do Fomc em que se confirmou o que todos esperavam. 

Jerome Powell manteve sua "política acomodatícia" e não sinalizou mudanças, tanto na compra de ativos, como na taxa de juros, mantida no intervalo de 0 a 0,25%. Reafirmou que deve aguardar a retomada da economia norte-americana e a redução do atual desemprego, 6% da PEA, para pensar se muda algo. Por enquanto, tudo fica como está. "Não há razão para começar a lguma redução de estímulos monetários. Seguem a política de compra de ativos e o juro no atual patamar." 

Neste ambiente, na quarta-feira as curvas de juro norte-americanas seguiram perdendo inclinação. Os Treasuries Bonds de 10 anos chegaram a operar a 1,65% em alguns momentos, mas logo cederam e fecharam a 1,61%e os de 30 anos, a 2,28%. 

No Brasil, continua repercutindo a "debandada" da equipe econômica do ministro Paulo Guedes, ainda mais depois da saída do seu número dois, Waldery Rodrigues, que segundo informações, passa a ser assessor especial do ministro. Causa estranheza. Deixar de ser o número dois do ministério para ser assessor especial? Muito se comenta que ele foi mais um em cair em desgraça junto ao presidente. 

O que se sabe é que Waldery, extremamente zeloso pela preservação do teto de gastos, tentou resistir ao máximo da sanha gastadora dos políticos do Centrão e a obtenção de novos "nacos de poder". Waldery e o demissionário George Soares, assim como todos os outros que saíram, se tornaram uma "pedra no sapato" destes políticos do Centrão e resistiram até o fim. Nada mais acertado. Se fossem despesas essenciais e necessárias, mas duvido que boa parte das verbas das emendas parlamentarem tenham um destino prático e necessário. Desconfiamos, aliás, sobre este destino. Podem ser usasdas para preparar as campanhas da eleição de 2022. Ao fim, os cortes das despesas com emendas e outros chegaram a R$ 29 bilhões, mas às custas de tanto desgaste que esta debandada acabou inevitável. Foi uma diária batalha por posições.

Isso, inclusive, nos coloca no cerne do debate sobre a lei do teto dos gastos. Como administrar as despesas, a partir da inflação, num ambiente de fragilidade política? Não nos parece fácil.  

Achamos que novas batalhas nos esperam entre a combalida equipe de Paulo Guedes (ou o que sobrou dela) e estes abutres do Centrão (não há outra denominação). Muito se especula que o remanejamento de ministérios, a tal reforma ministerial, deve se aprofundar, com o desmembramento do Ministério da Economia e o surgimento do Planejamento, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Trabalho. Mais uma a conferir. 

Pela nossa leitura, seria a "pá de cal" sobre a agenda liberal do ministro Paulo Guedes, agora também objeto de críticas diárias. 

Claro nos parece que há um esforço diário de parte da mídia em "esvaziar" ainda mais o governo Bolsonaro.  Muitos interesses contrariados estariam por detrás disso. Mas não podemos negar também os vários erros cometidos. 

As declarações desastradas do ministro Guedes, falando da origem da Covid 19 na China e da baixa qualidade da Sinovac, devem ser salientadas. Depois acabaram desculpadas, ainda mais quando se sabe como os chineses são importantes no fornecimento de insumos para a fabricação de vacinas pelo Instituto Butantan. Não nos pareceria o momento para esta tola guerra ideológica. Estes bate bocas sem fundamento algum só trouxeram prejuízos para o País no ano passado. 

E estes serão investigados pela CPI da Covid 19, aberta nesta semana. Erros, omissões, ignorância terão que ser responsabilizados, principalmente, no que se refere às negociações com as vacinas, como a PFIZER. Uma boa notícia é que esta deve estar chegando hoje, nesta quinta-feira, dia 29, ao País, num primeiro lote. 

Outra boa notícia veio dos dados de geração de emprego formal pelo Caged. Em março foram geradas 184,1 mil novas vagas, com todos os setores avançando. A Indústria veio com a geração de 42,1 mil novas vagas, os Serviços 95,1 mil, o Comércio 17,9 mil e a Construção Civil, +25,0 mil. 

Na agenda desta quinta-feira, estejamos atentos ao PIB dos EUA, o IGP-M, Saldo Primário e aos balanços em destaque. Na primeira leitura do PIB dos EUA no primeiro trimestre, estimamos um forte crescimento. No Brasil, temos o IGP-M de abril, além dos dados de março da Nota de Crédito e do resultado primário do governo Central de março.

No rol dos balanços, destaque para os resultados de Amazon, Embraer, Gol e Mastercard.


quarta-feira, 28 de abril de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 27/04/2021 - DIA DA CPI

Iniciamos esta terça-feira (dia 27) atentos ao início dos trabalhos da CPI da Covid. As declarações do ex-assessor de Comunicação do Planalto, Fabio Wajngarten , batendo forte no ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dão bem a dimensão do que nos espera. No entanto, estranhamente ele poupa o presidente Bolsonaro.

Na verdade, esta CPI, geralmente, um evento político e não jurídico, deve se tornar ainda mais explosiva, porque as evidências estão aí nas mídias. A todos os dias o presidente soltava um pombo sem asa para a mídia absorver e “aproveitar”. Claramente, ele, e o seu ministro fiel, assumiram uma postura de tentar negar a gravidade da pandemia, negando também o uso de máscaras e a necessidade premente de isolamento ou quaretena. Deu no que deu. Nos tornamos um dos países com o maior número de óbitos, 391 mil até agora, chegando a 400 mil por estes dias, só menor do que os EUA. Tudo bem, há um epicentro agora na Índia, mas quem conhece este país estranha que isso não tenha acontecido antes.

Por este contexto, é de se esperar que esta CPI paralise o País, deixando temas tão importantes quanto, como a agenda de reformas, meio de lado.

Nas atuais condições políticas, de açodamento extremo, é bem possível que tenhamos “um dos mais duros enfrentamentos já experimentados em uma CPI”. O governo parece atemorizado, pela quantidade de provas contrárias, a serem levantadas, em uma comissão, em que é minoria. Muitos consideram que ele, no entanto, deve assumir uma postura de enfrentamento, de “bate-boca”, envolvendo não somente a mobilização de apoiadores, inclusive judicialmente, como pelas declarações polêmicas do presidente Bolsonaro, mobilizando órgãos comandados por “aliados”. Com certeza, teremos nesta CPI uma prévia do que será a eleição do ano que vem.

Sobre as reformas, o que realmente interessa, o presidente da Câmara, Arthur Lira, já sinalizou que devem começar os debates nas comissões por estes dias. Temos como prioridade a reforma tributária, que deve ser fatiada, e a administrativa, dada a aberração da situação de privilégios dos servidores públicos em muitas esferas de governo.

Numa reunião para tratar desta PEC na CCJ, os técnicos do governo voltaram a defender esta reforma, como acabar com a estabilidade, enquanto que deputados e senadores, ligados aos partidos de esquerda, reagiram, dizendo que o fim da estabilidade traria mais corrupção ao setor público. Na leitura deles, a estabilidade protege os servidores da perseguição política, mas por outro lado, protege também os que não querem nada, não tem interesse algum em produzir ou serem eficientes.

Segundo o governo federal, são gastos cerca de R$ 8,3 blhões com 69 mil servidores em funções extintas, como operadores de Telex, e estes não podem mudar de área, se não configura “desvio de função”. Ou seja, temos 69 mil pessoas sem ter o que fazer nas repartições públicas do País.

Para piorar, em estudo da CNI, descobre-se que o Brasil se encontra em 7 º lugar entre os países que mais gastam com servidores públicos, num universo de 70.

Entre despesas com ativos e inativos, são 13,4% do PIB em gastos com servidores públicos. A maior justificativa é a vantagem salarial dos servidores públicos, em especial, na esfera federal e no Judiciário, frente aos do setor privado.

Nós superamos países com tradição forte como regimes social democratas e gastos fiscais elevados, como Suécia (12,7%), França (12,1%), Itália (9,5%) e Alemanha (7,5%). São tantas sinecuras e privilégios que, do total de gastos, R$ 319 bilhões em 2019, 56,5% vão para os ativos e 43,5% para os inativos. Ou seja, os “funcionários de pijama”, aposentados, ganham tanto quanto os que produzem. A maior parcela é do Executivo, 75,7%, e a maior concentração, no âmbito federal (85,2%).

A remumeração dos servidores públicos da esfera federal e dos estaduais é 67% e 31%, respectivamente, mais elevada do que os do setor privado. Na média, os federais, estaduais e municipais, ganham 16% a mais do qeu nas empresas privadas. A distorção para baixo está nos municípais, que ganham menos.

A tendência é que estas despesas com servidores públicos crescam cada vez mais nos próximos anos, reduzindo o espaço dos investimentos públicos. Segundo o Banco Mundial, em estudo com a OIT, a proporção de servidores públicos ativos, em relação à população, é de 5,6% no Brasil, percentual mais alto do que na média da América Latina (4,4%).

Voltando a falar da grave pandemia que nos abate, estamos vivendo um colapso na entrega de vacinas. Nesta segunda-feira a Anvisa se manifestou contrária à liberação da Sputnik. Soma-se a isso, a Coronavac e a Oxford/Astrazeneca, que dependem de insumos importados, estão com as entregas atrasadas. Agora, mais um problema, das encomendas já fechadas com a Pfizer – este caso envolve acesso a informações sensíveis, mas provavelmente será contornado pelo volume de doses em jogo (pelo menos 100 milhões).

Uma notícia positiva pode vir das negociações com os EUA, que decidiram compartilhar com outros países cerca de 60 milhões de doses do imunizante Oxford/Astrazeneca - parte da nova ofensiva para enfrentar o avanço da influencia global da China e sua “diplomacia da vacina”. A iniciativa, no entanto, ainda está em fase de planejamento e não tem prazos definidos.

Sobre a situação, com a queda desta segunda-feira, baixamos para 2.465 óbitos diários (em 24 horas). A curva de descida está ficando parecida com a curva da subida, fenômeno observado em alguns países como Reino Unido, Portugal e Alemanha, e mesmo no Brasil, no AM, SC e RS. Chile e Uruguai mantém sua tendência de queda, mas Peru, Colômbia e Argentina preocupam, suas curvas estão bem ascendentes. A Índia também segue em alta. 

Na economia, diante de desaceleração prevista para a atividade entre março e abril, devido ao açodado clima político e o atraso das vacinas, ainda mais com a retirada US$ 2,1 bilhões do mercado de ações e de títulos públicos por investidores estrangeiro, depois de nove meses de resultados positivos, algumas novas medidas de estímulo econômico podem estar em elaboração.

Será publicada nesta terça-feira a MP que renova o Programa de Preservação de Renda e do Emprego (BEm), possibilitando suspensão de contratos de trabalho e redução de salário e jornada por mais quatro meses, além da MP 927, que flexibiliza temporariamente a legislação trabalhista.

Também na pauta, o IPCA 15 de abril, a estimular o debate sobre a trajetória da taxa de juros Selic, a ser adotada pelo Bacen na reunião do Copom do dia 5 de maio. Apesar da pressão inflacionária, aumenta a corrente contrária ao aumento consistente da Selic ao longo do ano. A Focus estima o IPCA para este ano em 5,01%, contra 4,92% na semana anterior. Achamos que a Selic deve parar um pouco nos 3,5%. Tudo dependerá da escalada inflacionária.

Na segunda-feira, o Ibovespa registrou leve variação positiva de 0,05%, a 120.594 pontos, com volume financeiro de R$ 25,37 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial registrou queda de 0,88% a R$ 5,449 na venda. Já o dólar futuro, com vencimento em maio, registrou baixa de 0,71% a R$ 5,438. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 caiu um ponto-base a 4,62%, o DI para janeiro de 2023 teve queda de três pontos-base a 6,17%, o DI para janeiro de 2025 recuou quatro pontos-base a 7,68% e o DI para janeiro de 2027 registrou variação negativa de sete pontos-base a 8,29%. Em NY, os índices S&P 500 e Nasdaq encerraram em máximas recordes, impulsionados por ações da Tesla.

terça-feira, 27 de abril de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 26/04/2021 - VAMOS EM FRENTE

Iniciamos esta semana mais focados na agenda de reformas e querendo saber como deve evoluir a CPI da Covid, a se iniciar nesta terça-feira.

Será uma semana também de temporada de balanços, a se iniciar com Santander (SA:SANB11), VALE (SA:VALE3) e WEGE. Nos EUA, estaremos de olho nos pacotes de Infraestrutura e de impostos de Joe Biden, “ventilados” no mercado, a serem melhor esclarecidos. Teremos também a reunião do Fomc, quando o presidente da instituição, Jerome Powell, deve nos dar novas pistas sobre quais os próximos passos do Fed no balizamento da política monetária.

Sobre o que foi decidido no Orçamento de 2021, este acabou com algumas despesas obrigatórias cortadas, algumas emendas retiradas, e a certeza de que o governo terá que negociar mais com o Centrão daqui para frente, ainda mais com a CPI da Covid dando início aos seus trabalhos nesta terça-feira. Num orçamento muito engessado, 94% das despesas são obrigatórias, o que tira muito espaço de manobra do governo nas ações de políticas públicas. Grande parte das despesas são focadas em previdência, encargos socias e pessoal. Investimentos ficam com uma parte ínfima do Orçamento, o que tira muito poder de ação de ministros como Tarcísio Freitas e Rogério Marinho.

A impressão que se tem é que a reforma ministerial não acabou e os próximos a terem suas áreas mexidas são o ministro Paulo Guedes, antes Super Ministro da Economia, agora correndo o risco de perder esta condição, com o desmembramento do ministério e a criação de mais dois, Planejamento e Indústria e Comércio.

Soma-se a isso, passada a decisão do Orçamento, acreditamos que as discussões no Congresso devem começar a focar mais na agenda de reformas e no fortalecimento do programa Bolsa-família. Este será essencial para a travessia da pandemia, devendo ser "fortalecido" até 2022, quando teremos eleição majoritária.

Sobre as reformas, a tributária também é um tema a entrar nas discussões, mas por ser assunto delicado, deve se estender por todo o ano de 2021 (com baixa probabilidade de aprovação). Acreditamos que os avanços da agenda de reformas devem se limitar à reforma administrativa e alguns ajustes institucionais de ordem microeconômica/setorial.

E o pior é que a reforma administrativa não é uma tarefa fácil, já que predomina o corporativismo nas várias esferas de governo. Nas várias repartições e áreas do governo existem sindicatos “combativos”, que realizam pesados lobbies no Congresso, junto aos parlamentares, o que torna a retirada de “privilégios” uma batalha diária. Isso difere dos trabalhadores do setor privado, nas várias áreas da economia, totalmente sem uma representação concentrada e atuante. É aí que se vê como os servidores públicos possuem privilégios, frente oa setor privado. Vários estudos reforçam isso. Os salários do setor público são bem mais elevados do que os do setor privado.

Nos últimos anos, em dez anos entre 2009 e 2019, o número de funcionários públicos da ativa cresceu 11%, enquanto que os gastos, suas sinecuras, quinquênios, anuênios, salários adicionais, seguros diversos, aumentaram 125%. O Brasil é o 7º país no mundo que mais gasta com servidores públicos, quase 14% do PIB, mais do que a França, país conhecido pela sua burocracia de Estado, Alemanha, Peru, Chile, Colômbia, e vamos em frente. Apenas para exemplificar: a máquina pública com funcionários consome 21 vezes mais do que com saneamento básico.

Em paralelo, um pacote de ações deve ser anunciado para flexibilizar as regras trabalhistas durante a pandemia. Este permitirá a antecipação de férias, mudanças de regra do home office e adiamento no recolhimento do FGTS pelas empresas. Estas medidas devem ser anunciadas junto com o BEm, que reduz salários, mas preserva os empregos (estas medidas devem durar quatro meses). O Pronampe também deve ser liberado, com cerca de R$ 15 bilhões em novas linhas de crédito para pequenas e médias empresas.

Sobre os fatos da semana, estejamos atentos aos vários indicadores de Confiança, a serem divulgados no Brasil, dados fiscais e do mercado de trabalho, todos devendo mostrar alguma deterioração. Estejamos atentos também ao IPCA-15 e o IGP-M, quando poderemos saber como o Banco Central deve deliberar sobre a política de juro na reunião do Copom do dia 5 de maio.

No dia 30, finalmente, deveremos “desenrascar” um imbróglio que teimava em se manter à tona. O leilão de concessão da CEDAE do Rio de Janeiro, finalmente, deve sair do papel. São cerca de R$ 10,6 bilhões de outorga, 12 empresas interessadas e um prazo de 35 anos de concessão. Neste período, cerca de R$ 30 bilhões serão investidos no saneamento carioca, englobando 35 municípios e na expectativa de 45 mil empregos a serem gerados.

Nos EUA, foco para a reunião do FOMC na quarta-feira. Mais ainda. A expectativa recai sobre o que o presidente do Fed, Jerome Powell deve dizer. Aguardemos.

domingo, 25 de abril de 2021

BALANÇO SEMANAL - AGORA VAI

Foi uma semana carregada, tanto de eventos, como no astral, que ficou ainda mais pesado depois da decisão do STF ao colocar o juiz Sergio Moro em suspeição, para não esquecer a Covid, ainda no radar de todos.

O Orçamento, finalmente, foi sancionado, e Jair Bolsonaro tentou passar boa impressão, participando online da Cúpula do Clima nos EUA. No STF, os ministros "garantistas" aprontaram mais uma, praticamente, inacreditável, colocando o ex-juiz Sergio Moro, verdadeiro herói nacional, como suspeito (ou parcial) na LAVA JATO! Claro! Tinha que ser sobre o Lula, já que muitos destes ministros são o que são, capangas do "sapo barbudo". 

Lula, um CORRUPTO, um escroque, praticamente, saiu desta história como injustiçado e Sergio Moro como parcial sobre as decisões da LAVA JATO, em especial, no episódio do triplex do Guarujá. Foi uma tremenda "passação de pano" sobre a atuação do PT na LAVA JATO, a ponto do "ministro" Lewandowski considerar a operação negativa para o desenvolvimento do País, por impactar no crescimento, nas operações das empresas envolvidas, na geração de emprego, etc.

Um absurdo completo, um assinte, uma agressão ao bom senso!

Muitos, mais "passadores de pano" ainda, se apressarão em achar que não houve LAVA JATO. Foi invenção das "elite". Janaína Lima, vereadora pelo NOVO em São Paulo, tem os números que não nos deixam cair no achismo, algo tão comum entre os populistas, esquerdistas, bastiões da boa moral e da legitmidade...

Na LAVA JATO foram:

- 326 Inquéritos instaurados
- 844 Mandados de busca e apreensão
- 201 Mandados de prisão
- R$ 2,4 bilhões de bens bloqueados ou apreendidos
- R$ 745 milhões repatriados

É isso que estes profissionais de "notório saber" quererm apagar. A impunidade precisa vencer sempre, mais uma vez, no Brasil.

O placar parcial é 7 a 2 pela suspeição do juiz Sergio Moro, a partir do uso de gravações ilegais de hackers, de criminosos.

Aliás, por anda o "jornalista" que "cavou" estas provas? O tal "Vedevaldo". Sumiu! Fez o seu trabalho sujo, recebeu uma grana do José Dirceu, e se mandou!

No Orçamento de 2021, o governo, em conluio com o Congresso, acabou conseguindo sancionar esta peça de planejamento fiscal, onde tentamos saber quanto o governo irá gastar e quanto arrecadar num período de tempo. O presidente sancionou o Orçamento com vetos. O “nó orçamentário”, que colocou o governo em rota de colisão com o Congresso, foi resolvido com:

veto definitivo de R$ 19,8 bilhões em dotações orçamentárias, sendo R$ 10,5 bilhões em emendas do relator, R$ 1,4 bilhão em emendas de comissões do Congresso e R$ 7,9 bilhões em despesas discricionárias (facultativas) do Executivo;

bloqueio adicional de mais R$ 9 bilhões, que não foram detalhados pela Secretaria-Geral da Presidência e podem ser desbloqueados até o fim do ano; e

os ministérios mais impactados foram Desenvolvimento Regional, com a retirada de R$ 9,4 bilhões; Educação perdeu R$ 3,9 bilhões; Infraestrutura R$ 3,5 bilhões, Defesa R$ 3,2 bilhões e Saúde R$ 2,2 bilhões.

Estejamos atentos, no entanto, ao clima do Congresso com o Governo, já que os presidentes das casas, Artur Lira e Rodrigo Pacheco, continuam querendo mais "fatias de poder". Um boato é de que pode haver o desmembramento do Ministério da ECONOMIA, com a criação do Planejamento.

Nos EUA, o presidente Joe Biden deixou no ar a possibilidade de aumento de impostos sobre "ganhos de capital para os mais ricos" e de novos Imposto de Renda para determinadas faixas. Estas medidas ainda necessitam de um amplo debate no Congresso - e algumas alterações são esperadas. É possível que estes aumentos de carga fiscal sejam sancionados nas próximas semanas

O primeiro deve recair sobre os “ganhos da capital dos mais ricos”, com a taxação passando de 20% para 39% ou 43%, praticamente o dobro, sobre os que ganham mais de US$ 1 milhão por ano. Em seguida teremos aumento a elevação do IR sobre Pessoa Física.

Falando do Covid. No dia 22 o número de óbitos chegou a 2.070, totalizando no acumulado 384 mil. Novos casos chegaram a 45.178, bem abaixo do registrado no dia 25 de março (mais de 100 mil). Na média de 7 dias foram 2.543, indicando um “platô” e 60.185 casos. Segundo a Fiocruz a um rejuvenecimento nas mortes, com aumento entre os de 20 a 29 anos, e 40 a 49, maior crescimento de casos.

Há expectativas de novas doses da Coronavac e da Astrazeneca-Oxford, com lotes, cada, de 5 milhões de doses. O governo acredita poder chegar a 1 milhão de vacinações por dia. Em complemento, o Butantan protocolou na Anvisa estudos para realização das Fases 1 e 2 da Butanvac, a 1ª vacina produzida integralmente no Brasil. A medida é fundamental para iniciar os testes. É mais um passo para o Butantan entregar ao Brasil a segunda vacina contra Covid-19.

O Japão declarou estado de emergência em Tóquio, mas promete Olimpíadas seguras. O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, declarou nesta sexta-feira (dia 23) estado de emergência em Tóquio e em outras três regiões do país. A medida foi anunciada para conter o avanço dos casos de coronavírus, e Suga prometeu que as Olimpíadas, que devem começar em três meses, serão seguras.
Na Índia seguem os novos cassos e óbitos acontecendo de forma descontrolada. Ontem, dia 23, houve quebra, pelo 2º dia consecutivo, no recorde global de casos de Covid-19 em 24 horas; foram mais 332.730 contágios confirmados e 2.263 pessoas morreram.

Por fim, tivemos a Cúpula do Clima com o presidente Bolsonaro prometendo frear o desmatamento na Amazônia e a emissão de carbono, num prazo de até 2050. Não se sabe se conseguirá, tal a escalada recente de desmantamentos na região. Em março, estes avançaram 12% contra o mesmo mês do ano passado.

Para a semana

Passada a decisão do Orçamento, acreditamos que as discussões no Congresso devem começar a focar mais no fortalecimento do programa Bolsa-família. Este será essencial para a travessia desta pandemia, devendo ser "fortalecido" até 2022 quando teremos a eleição majoritária.

A reforma tributária também é um tema a entrar nas discussões deste ano, mas esse assunto, sendo delicado, deve se estender por todo o ano de 2021 (baixa probabilidade de aprovação).

O presidente da Câmara, Arthur Lira já anunciou uma versão inicial do texto da reforma tributária, a ser divulgada no dia 3 de maio. O texto reúne uma versão da Câmara, uma do Senado e uma do governo federal sobre as mudanças no sistema de tributação do País, parado no Congresso.

Em fevereiro de 2020, foi criada uma comissão mista, com senadores e deputados para debater o texto, pelos então presidentes das casas na época (Davi Alcolumbre (Senado, DEM-AP), e Rodrigo Maia (Câmara, DEM-RJ). O colegiado, formado por 25 senadores e 25 deputados, discutiu duas propostas de emenda à Constituição (PECs 45/19 e 110/19). A principal convergência é a extinção de tributos que incidem sobre bens e serviços.

Não acreditamos, no entanto, que avance neste ano. 

Acreditamos que os avanços da agenda de reformas devem se limitar à reforma administrativa e alguns ajustes institucionais de ordem microeconômica/setorial.

Um pacote de ações deve ser anunciada para flexibilizar as regras trabalhistas durante a pandemia. Este permitirá a antecipação de férias, mudanças de regra do home office e adiamento no recolhimento do FGTS pelas empresas. Estas medidas devem ser anunciadas junto com o BEm, que reduz salários, mas preserva empregos (medidas devem durar quatro meses). O Pronampe também deve ser liberado, com cerca de R$ 15 bilhões em novas linhas de crédito para pequenas e médias empresas.

Sobre os fatos da semana, estejamos atentos aos vários indicadores de Confiança, a serem divulgados, os dados fiscais e do mercado de trabalho, todos devendo mostrar alguma deterioração.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 23/04/2021 - SEXTA-FEIRA INDEFINIDA

Deu uma desafogada nos mercados de ativos domésticos nesta quinta-feira (dia 22). O dólar recuou abaixo de R$ 5,50, as curvas de juros perderam a inclinação, cedendo de forma considerável, e o Ibovespa, acima dos 120 mil pontos nos últimos dias, perdeu força ao fim de mais um dia, depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que poderá aumentar a taxação sobre “ganhos de capital para os mais ricos".

No alívio do dólar e do juro, o sancionar do Orçamento de 2021, considerando R$ 125 bilhões em despesas fora do teto dos gastos, além do veto de R$ 20 bilhões em despesas outras, acabou repercutindo favoravelmente. 

Ao fim, optou-se por um veto parcial das emendas e no uso de recursos extras para o pagamento dos programas emergenciais, decorrentes da pandemia, além do auxílio emergencial no limite dos R$ 44 bilhões. Nada contra. Na verdade, ao ser criada em 2016 a "lei do teto" tinha que considerar situações limites, como a que vivemos atualmente. 

A agência Moody’s, no entanto, parece não ter gostado muito deste Orçamento aprovado.  Considerou estes “ajustes” como "negativos para o perfil de crédito do Brasil". Disse a agência, "no entanto, devido ao moderado montante dos gastos adicionais, e a recente aprovação de emenda constitucional para garantir que despesas mandatórias fiquem dentro do teto de gastos nos próximos anos, esperamos que as autoridades mantenham seu compromisso com a consolidação fiscal, em linha com o nosso cenário-base".

Segundo a agência, num cenário de criação de "exceções recorrentes" de forma a acomodar gastos acima do teto de gastos, "a credibilidade do instrumento como âncora fiscal será questionada, com implicações negativas para o custo e a dinâmica da dívida do Brasil". 

Em resumo, os ajustes da LDO de 2021 incluem a flexibilização das regras para despesas no enfrentamento da pandemia de Covid-19 e permitem que o governo corte por decreto (e não por lei, como normalmente acontece) despesas discricionárias para garantir o atendimento à totalidade das despesas obrigatórias. Pela nossa leitura, iremos gastar mais do que permitido pelo teto, mas corremos o risco de tudo virar "gastos com a pandemia". Achamos que abriram-se as porteiras na lei do teto. O que mais será permitido ? 

Foi um dia também em que o presidente Bolsonaro fez um discurso, uma "declaração conciliatória" sobre o clima e o futuro do meio ambiente no Brasil, se comprometendo em cumprir os acordos sobre clima entre os vários países participantes da Cúpula do Clima nos EUA. John Kerry, chanceler do governo Joe Biden, por exemplo, achou positivo o discurso do presidente.

Por aqui, continuamos engolfados numa crise política e pandêmica de difícil desfecho. No front fiscal até tivemos algum avanço no Orçamento 2021 já sancionado. Agora pensemos na agenda de reformas e na intensificação do ciclo de vacinações.

Sobre esta, dizem que a maior parte dos adultos só deverá estar vacinada em setembro. Enquanto isso, continuaremos "meio de lado", sem capacidade de retomar com mais força a economia. 

Mesmo assim, a arrecadação federal veio mais forte no primeiro trimestre, totalizando R$ 445,9 bilhões, 5,6% acima do registrado no ano passado, recorde no período. Em março o recolhimento de impostos federais chegou a R$ 137,9 bilhões, com aumento de 18,5% sobre o mesmo mês do ano passado, recorde também para o mês. 

Em paralelo, alguma acomodação da atividade já se faz notar, se configura entre março e abril, dado o atraso das vacinações e os lockdowns. Pela prévia da Sondagem da Indústria, da FGV/Ibre, isso se refletiu na queda de 1,1 ponto em março contra fevereiro.

No mercado, o dólar seguiu perdendo força, frente ao real, sendo que quinta-feira a nossa moeda acabou como a melhor dentre 34 de países emergentes, valorizando 1,7%, a R$ 5,4546 contra o dólar.

 A contribuir, a melhora do astral no front fiscal, depois do acordo sobre o orçamento, e a possibilidade de avançarmos nas reofmras, se refletindo no maior fluxo de recursos externos e desmonte das posisções defensivas dos investidores. As apostas compradas em dólar recuaram de R$ 32,1 bilhões para R$ 31,5 bilhões. 

Já o ingresso de recursos externos veio forte até o dia 16 de abril, no total a US$ 747 milhões, pelo comercial a US$ 1,4 bilhões, pelo saldo positivo do agronegócio, com o escoamento das boas safras deste ano, e no financeiro, a US$ 2,2 bilhões.

Sobre o Ibovespa, fechou em leve queda nesta quinta, impactado pelos ruídos no mercado de Nova Iorque, depois do anúncio de que Joe Biden deve taxar forte sobre os ganhos de capital dos mais ricos. Contribuiu, também, na margem, as declarações de Janet Yellen, sobre a possivel taxação sobre as operações com cripto moedas. 

Ao fim do dia, o índice paulistano, que se manteve acima de 120 mil pontos na maior parte do dia, perdeu fôelgo ao fim, para fechar a 119.371, queda de 0,58%, na semana recuando 1,4%, no mês avançando 2,3% e no ano 0,3%. O giro financeiro foi a R$ 35,5 bilhões.

Nesta sexta-feira, na Ásia, os mercados fecharam em boa alta, com excessão do Nikkei, recuando 0,57%, a 29.020. 

Hang Seng avançou 1,28%, a 29.076, Shangai +0,26%, a 3.474 e Shenzen 1,0%, a 14.351. Na Europa, os mercados operam próximos da estabilidade, com Madrid, Londres, Frankfurt e Paris caindo em torno de 0,1% a 0,2%. Em NY, os futuros esboçam tímida reação, e no mercado de petróleo, o WTI avançava 0,8% e o Brent 0,6%.

terça-feira, 20 de abril de 2021

MACRO MERCADOS DIÁRIO 20/04/2021 - AINDA SOBRE O ORÇAMENTO

Continuamos “gravitando” em torno do Orçamento, a ser sancionado nesta quinta-feira, dia 22, pelo presidente Bolsonaro, e a preocupação com o ritmo da pandemia.

Em novos capítulos o Congresso aprovou nesta segunda-feira Projeto de Lei que torna possível ao governo cortar despesas discricionárias, como investimentos e manutenção da máqiina pública, por decreto e não mais por lei. Busca-se neste contexto, agilizar os ajustes (ganhar em flexibilidade) e preservar as despesas obrigatórias, focadas em encargos sociais e pessoal. Uma boa notícia para o imbróglio do Orçamento.

Tudo ia bem neste front, nos parecendo plausível a “costura” de um acordo sobre o veto parcial das emendas, quando veio a articuladora política do governo, chefe da Casa Civil, Vera Arruda, ligada ao Centrão, anunciando que o veto parcial ficaria em R$ 10,5 bilhões, e não R$ 16,5 bilhões como esperava o mercado e o próprio ministro Paulo Guedes. Lembremos que esta era a proposta inicial de Marcio Bittar, relator do Orçamento, rejeitada pelo ministro Guedes. Se aproximaria da sanção presidencial um “meio termo”, entre a aprovação integral que queria o Centrão e a retirada de todas as emendas, como queria Paulo Guedes. Seria o caso de pensarmos uma solução intermediária.

Diante dos extremos das partes, esta solução intermediária seria o veto da metade das emendas, que recuariam de R$ 31 bilhões para cerca de R$ 15/16 bilhões. Não nos parece plausível esta solução. Lembrando que parte destas emendas vem de remanejamentos de despesas de ministérios, como o da Integração Regional do ministro Rogério Marinho, ou mesmo da Infraestrutura, de Tarcísio Freitas. Dois ministérios que precisam entregar obras, pensando no ano eleitoral de 22. Já no outro lado, um ministro que tem por prerrogativa “sentar em cima do cofre” e preservar a “lei do teto” e a “responsabilidade” no uso de recursos públicos. Por isso, achar que seria de bom grado o detalhamento destas emendas, antes em R$ 31 bilhões, até porque 2022 é ano eleitoral e pode haver muito deputado só querendo “fazer caixa” para campanha eleitoral.

Segunda-feira foi um dia também positivo para a Petrobras, depois da posse do diretor presidente general Luna e Silva e seu discurso apaziguador, falando em ouvir mais do que falar e reduzir a volatilidade nos preços do combustíveis sem desrespeitar a “paridade do mercado internacional”. Acalmou os investidores, acionistas minoritários, que foram às compras e fizeram o papel Petr4 avançar 5,8% no dia, embora perdendo um pouco ao fim, devido às declarações da articulista Vera Arruda.

Tivemos também o indicador de atividade IBC-br de fevereiro (+1,7% em feveireiro contra março), importante para medir como anda a economia real. Ao que parece, olhando pelo retrovisor, a recuperação sob a forma de “V” aconteceu mesmo. O problema é que esta não deve se sustentar em março e abril, dado o atraso das vacinas e o aumento do isolamento social.
Para março, inclusive, trabalhamos com um recuo de até 8,5%. Os indicadores de confiança corroboram para isso, seja pela piora da pandemia, seja pelo aumento do afastamento social. Os indicadores de março devem vir piores do que os de fevereiro em todas as grandes pesquisas do IBGE (PMC, PIM e PMS).

Segundo estimativas de mercado, por este indicador, nos dois primeiros meses do ano a economia estava rodando 1% acima do nível pré-pandemia. A indústria se encontrava 2,5% acima, o varejo ampliado quase 2,0%, mesmo com os serviço 2% abaixo desse. No trimestre, estaremos zerando o crescimento. De qualquer maneira, mesmo havendo queda da atividade no segundo trimestre, devido ao isolamento social, como esse está num nível bem menor do que no ano passado, a queda deve ser bem menor do que os 9% no segundo trimestre de 2021.

Para o ano, o crescimento esperado pela pesquisa Focus é de 3,0%, tendo caído semanalmente de 3,25% um mês atrás. Este desempenho parece vinculado ao ritmo de vacinações e a evolução da pandemia. Se este ritmo vier favorável, este crescimento pode ficar acima do esperado. Estimativas indicam que a vacinação de adultos pode chegar a 70% até setembro próximo. Sendo assim, o segundo semestre de atividade deve transcorrer bem melhor do que o primeiro.

Sobre o mercado, a bolsa de valores chegou a se firmar no postivo ao longo do dia, mais um de alta, mas ao fim perdeu força diante das declarações da ministra da Casa Civil, Vera Arruda, falando em veto parcial de R$ 10,5 bilhões. o que não agradou ao mercado, nem ao ministro Paulo Guedes.

Ao fim, o Ibovespa fechou em discreta queda de 0,15%, a 120.933 pontos, com a Petr4 subindo quase 6% (5,8%), depois das declarações do novo presidente Luna e Silva. Já o giro financeiro chegou a R$ 50,1 bilhões em dia de vencimento de opções. No mês de abril, a bolsa avança 3,69%, depois de +6% em março e no ano, 1,61%. 

Já o dólar seguiu na sua trajetória de queda, com -0,61%, a R$ 5,57, tendo recuado a R$ 5,52 em alguns momentos do dia. Deu uma pressionada no final, pelo impasse do Orçamento. 

Nesta manhã de terça-feira, os mercados de ouro e petróleo operavam em alta. As bolsas de NY operavam no vermelho, e as da Europa na mesma toada. 











MACRO MERCADOS ESPECIAL 21/04/21 - ORÇAMENTO: FIM DO IMPASSE

Hoje é feriado no Brasil, Dia de Tiradentes, não havendo mercado, o que nos dá alguma “folga” para discorrer sobre determinado tema, sem se preocupar com o tempo exíguo do início da manhã. Falemos então hoje sobre o que que se decidiu nas negociações em torno do Orçamento de 2021, atrasado em quase cinco meses.

Lembremos que este foi decidido nesta semana, depois de três debates, atropelando o do ano que vem, o PLDO de 2022, enviado desde o dia 15 de abril.

Ao fim, chegou-se a um acordo, na qual, mais de R$ 125 bilhões ficaram de fora do “teto de gastos”, permitindo ao governo mais liberdade para remanejar suas despesas. Pelo PLN2, o governo poderá ajustar algumas das despesas emergenciais, com a pandemia, sem se preocupar com as regras. 

Deve incluir despesas com o Pronampe, programa de crédito para pequenas empresas, R$ 10 bilhões, com o programa do BEm, na qual é possível reduzir salários e licenciar trabalhadores, sem ter que demití-los, R$ 10 bilhões, e despesas emergenciais variadas de saúde, como compras de vacinas, equipamentos variados, já definido em 2020 e contabilizados como "crédito extraordinário" no total de R$ 31 bilhões, além de despesas de custeio e investimento, usadas nestes tempos de pandemia.

Lembremos que o governo ainda tem o limite de R$ 44 bilhões para gastar em auxílios emergenciais e mais três linhas de créditos extraordinários, para auxílios emergenciais, no total de R$ 10,9 bilhões em favor do Ministério da Saúde.

Soma-se a isso, conseguiu-se “costurar” um acordo retirando R$ 10,5 bilhões das emendas dos parlamentares, preservando R$ 16 bilhões, e as despesas obrigatórias redimensionadas.

A meta fiscal deste ano, de R$ 247,9 bilhões em déficit primário, foi mantida. Uma interpretação corrente é de que a programação de despesas, pela inflação prevista, acabou errada, já que esta deve ficar em torno de 7% neste ano e não o antes programado em 2,1%. Paulo Guedes errou nas previsões. Achava, inclusive, que em 2021 a pandemia já seria superada e o crescimento da economia, sob a forma de “V”, retornando de forma mais forte. 

Por enquanto, não foi isso que aconteceu. A economia até esboçou alguma reação entre o final do ano passado e este primeiro trimestre mas, com esta terceira onda da pandemia, perdeu força, dado o atraso das vacinas.

Lembremos que o relator Marcio Bittar, ao devolver o Orçamento ao Executivo em março passado, sugeriu várias emendas, no total de R$ 26,6 bilhões. O problema é que para estas “caberem no Orçamento”, sugeriu também um volume aquém do esperado de Despesas Obrigatórias, como Previdência, seguro desemprego, auxílio doença, dentre outras.

Pela “lei do teto”, sempre que se negocia onde mexer nas contas púbicas, um aumento de despesas tem que ter como contrapartida algum corte compensatório em outra rúbrica. No caso do ocorrido agora fez-se o errado, as previsões de despesas obrigatórias vieram subdimensionadas, para tornar possível a acomodação das emendas. Foi daí que nasceu o impasse entre governo e Congresso (representado pelo Centrão).

Na leitura dos pareceres técnicos do Congresso, este Orçamento, cheio de emendas e sem a contrapartida de recursos, não teria maiores problemas. Bastaria que as despesas obrigatórias fossem depois ser recompostas, via “Projeto de Lei”. 

Já pela leitura da equipe econômica pairavam riscos de se incorrer em crime de responsabilidade fiscal. Paulo Guedes defendia o corte integral das emendas, algo inconveniente politicamente, mas  seguro juridicamente. Lira e Pacheco defendiam o caminho da conveniência política, mas lançando “sombras jurídicas” sobre o presidente.

Na opinião de Marcos Mendes, assessor Legislativo e um dos maiores conhecedores da  Lei Orçamentária, é preciso respeitar o Artigo 166, da “Lei de Teto dos Gastos”, na qual “emendas só podem ser colocadas se indicar qual despesas serão anuladas. No caso das obrigatórias, não é isso que acontece, pois estas devem ser executadas. Só se pode criar despesas se já se tiver em mãos o que será cortado. O risco que se corre aqui é “destas desrespeitarem os limites e as condições legais”.

Criam-se despesas que inviabilizam o teto dos gastos, levam o governo a ter que cortar outras, que podem até paralisar a máquina pública, incorrendo no shutdown, algo acontecido recentemente nos EUA.

Pela Lei das Diretrizes Orçamentária (LDO), 14116/2020, no Artigo 6, no seu artigo 4, define-se que as primeiras despesas a serem atendidas devem ser as OBRIGATÓRIAS, junto com a necessidade de funcionamento dos órgãos. Sendo assim, são as despesas da Previdência, encargos sociais, despesas com pessoal, que devem ser priorizadas, e não emendas de parlamentares. 

Soma-se a isso, o Legislativo não deve “avançar” sobre o Orçamento. Pelo artigo 2, está escrito que o Legislativo não pode interferir no Executivo, inviabilizando seu funcionamento.

Enfim. O impasse do Orçamento de 2021 caminha para ser resolvido, depois da aprovação, nesta segunda-feira, 19, do projeto de lei do Congresso (PLN 2), que muda a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e permite que o presidente Jair Bolsonaro remaneje recursos por decreto, sem necessidade de autorização do Congresso.

O texto, agora, vai para sanção presidencial (nesta quinta-feira, dia 22), para a aprovação do Orçamento de 2021. Depois ingressamos no Orçamento de 2022, com déficit previsto de R$ 170, 5 bilhões, mas muito mais margem de manobra do governo, pois as despesas devem vir maiores do que neste ano, dada a inflação prevista mais elevada (em torno de 7%). Um adicional de despesas em torno de R$ 111 bilhões é previsto. Em ano eleitoral é uma bela bolada.

MACRO MERCADOS DIÁRIO 19/04/2021 - MAIS UMA SEMANA DE INSTABILIDADE

Depois de mais uma semana de muita instabilidade, mais uma, agora mais curta, pelo feriado de Tiradentes, se inicia. No foco das atenções o sancionar do Orçamento de 2021, pelo presidente Bolsonaro, havendo dúvidas se será bem sucedido, e, claro, a pandemia, ainda causando estragos. Sobre o Orçamento, não sabemos para onde o presidente deve correr, ou agindo como um populista, agradando ao Centrão, ou com a “mão pesada do Tesouro”, não cedendo às tentações, como quer Paulo Guedes. Dia 22 saberemos.

Sobre a pademia, São Paulo, em fase vermelha, deve começar a flexibilizar as restrições nesta segunda-feira, muito mais por pressões externas, havendo alguma quedas nas internações pela Covid 19. São quase 14 milhões de casos desde o início, com 373.335 óbitos acumulados, 1.657 em 24 horas no domingo passado, e 42.980 novos casos. Duas boas novidades são a de que a Astrazeneca está produzindo uma vacina para combater as variantes do virus e de que a Jansen deve retomar a produção de doses nos próximos dias. Num momento de gargalo de produção, não deixa de ser uma boa notícia.

Voltando ao debate do Orçamento, a equipe econômica quer o veto total das emendas, quase R$ 31 bilhões, algo totalmente insustentável diante da “proposta” dos deputados, de aprovação integral destas e subestimação das despesas obrigatórias. Devemos destacar que estas não podem ser “reduzidas”, para acomodar as emendas. Pela “lei do teto”, a cada despesa criada, algo tem que ser readequado ou ajustado. A idéia do Congresso era ir “empurrando com a barriga” a cada mês, mas mantendo todas as emendas. O problema é que o TCU não aceita esta “contabilidade criativa”. Pela leitura da equipe econômica, neste caso, estaríamos incorrendo em crime de responsabilidade, já que pela ”lei do teto”, despesas obrigatórias são prioritárias e não podem ser reduzidas, muito menos, para acomodar emendas de deputados.

No meio estas duas visões que o presidente terá que se posicionar. Se aceitar a tese do Centrão, estará incorrendo em crime de responsabilidade, se ir pela tese da equipe do ministro Paulo Guedes, correrá o risco de perder apoio do Centrão e se expor a diversos pedidos de impeachment, engavetados nas gavetas do presidente do Congresso, Arthur Lira. Como já dito, é um verdadeira dilema, uma “escolha de Sofia” (para quem viu o filme). Para onde correr, será uma decisão complicada.
Em paralelo, acreditem, pelo estouro de prazo foi apresentado no Congresso no dia 15 o PLDO de 2022. O Orçamento deste ano ainda não foi sancionado, mas já começam a discutir, por imposição de prazoa, a proposta do Orçamento para 2022. Nem orçamos este ano e já temos que pensar no próximo. Sobre este PLDO 22, o que se tem é a meta fiscal de déficit de R$ 170,4 bilhões, 1,9% do PIB, o crescimento de 2,5%, a inflação de 3,5% e o salário mínimo, de R$ 1.100 a R$ 1.147 (+4,3%).

No Congresso, o presidente da casa, Arthur Lira, em entrevista coletiva, tentou “quebrar o clima”, dizendo acreditar num bom desfecho para este imbróglio do Orçamento, “descartando rupturas” e reafirmou seu otimismo sobre a agenda de reformas, a ser retomada nos próximos dias.

Portanto, nesta semana que se inicia, como grande novidade o fim prazo (dia 22) para o presidente sancionar o Orçamento de 2021. A quem deve agradar? Por sobrevivência, achamos que deveria ficar no “meio do caminho”, com um veto parcial das emendas, em torno de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões, de um total de R$ 30 bilhões pedidos pelos deputados.
Neste final de semana o mercado de cripto moedas voltou a oscilar forte, diante do IPO da Coinbase Global Inc. na semana passada, com as bitcoins caindo 20,3% até domingo. Lembremos que existem mais de 1,5 mil cripto moedas no mundo, e a bitcoin é a mais visada ou famosa. Lembremos também que não existem grandes motivações, ou explicações para o que acontece neste mercado. Este é o retrato do sistema cripto-financeiro, ele se move pela aceitação dos investidores, oferta e demanda, mesmo não havendo nada que o justifique ou lhe dê lastro.

Como se comportaram os ativos de mercado

Bolsa de valores. Fechamos sexta-feira (dia 16) com o Ibovespa em “suave” alta de 0,34%, a 121.113 pontos, na semana avançando 2,9%, depois de ganhos de 2,1% e de 0,4% nas duas anteriores. Isso ocorre num clima de quase euforia nos mercados globais, pontuados pelos EUA, bolsas de valores em recordes diários, e de indicadores favoráveis na China, embora um pouco aquém do esperado. Por outro lado, no ambiente doméstico, o que se vê é açodamento, confrontos e ameaças. No mês, a bolsa doméstica acumula ganhos de 3,84% e no ano de +1,76%. Há de considerar alguma “briga do índice nos 120 mil pontos”, diante de um cenário externo favorável e um interno ainda muito complicado.

Mercado cambial. Com a queda do dólar no mercado global, o real deu mais uma “respirada” nesta semana, a terceira seguida, com o dólar recuando a R$ 5,5848 (-1,6%). No ano, a perda do real ainda é elevada (-7,6%), mas vai se desacelerando.

Mercado de juro. O impasse do Orçamento segue “estressando” o mercado de juro, mas uma boa notícia é o cenário externo mais tranquilo e as sinalizações do presidente da Câmara, Arthur Lira, de que não teremos “ruptura”. Na semana passada, a curva de juro cedeu um pouco, devolvendo os prêmios e recuando 20 pontos. No entanto, há outras tensões no ar como a conduta do STF, a CPI da Covid, os bate bocas do presidente, as tensões na Rússia. No front inflacionário, estejamos atentos aos repiques dos IGPs com as commodities e a depreciação. Por enquanto, trabalhamos com a Selic a 5,25% ao fim deste ano e 6,0% em 2022.

Agenda Semanal

Na agenda da semana, no Brasil, nesta segunda-feira, temos a pesquisa Focus e o IBC-Br de março, com este devendo perder força diante da indefinição das vacinas e dos lockdowns em vários estados. Estejamos atentos também à inflação, numa semana que se aproxima da reunião do Copom dia 5/5. Parece haver consenso sobre um ajuste da SELIC entre 0,75 e 1,00 ponto percentual. Como já dito, teremos a decisão do presidente sobre o Orçamento de 2021 e também como deve transcorrer a CPI da Covid 19. No exterior, temos que ter um olhar atento sobre o que Christine Lagarde, CEO do BCE, deve dizer na quinta-feira (na reunião do BCE). Estejamos atentos também aos vários PMIs, a serem divulgados na sexta-feira.

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...