sexta-feira, 27 de março de 2020

Luiz A. Esteves

Luiz A. Esteves
KEYNES, IMORTALIDADE E OBITUÁRIOS
Recebi essa charge que - de forma irônica – acaba apresentando um fato estilizado bem conhecido e documentado da história econômica. A resiliência do pensamento de Keynes é realmente incrível. Keynes parece ser o único sobrevivente do longo prazo keynesiano.
Por falar em imortalidade, Keynes foi um grande escritor de biografias e obituários. Em “The Collected Writings of John Maynard Keynes” – uma coleção com 30 volumes editado por Elizabeth Johnson e Donald Moggridge (LINK 1 abaixo) - há 45 biografias escritas por ele, sendo 16 obituários publicados no Economic Journal (prestigioso periódico onde Keynes dividia a função de Editor com Francis Edgeworth). Contudo, o trabalho mais fantástico foi o obituário que ele escreveu para o Alfred Marshall, um Tour de Force de 66 páginas (LINK 2 abaixo).


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quinta-feira, 26 de março de 2020

Rumo à recessão

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Pelo relatório do BACEN nesta quinta-feira temos o crescimento do PIB em intensa revisão por causa do Coronavirus (Covid 19). Pelo lado da oferta, o maior tombo deve acontecer pelo lado da Indústria, revisando de 2,9% de crescimento para -0,5%. As indústrias extrativa mineral e da construção civil deve levar o maior tombo, de 7,5% para 2,4% e de 3,0% para -0,5%, respectivamente. Serviços deve escorregar de 1,7% para 0,90% e o setor agrícola mantendo-se em 2,9%. 

Já pelo lado da demanda, o maior tombo acontece pelo lado dos investimentos, passando de 4,1% a -1,1%. Consumo das famílias deve crescer 0,8% contra 2,3%; e Consumo do governo de 0,3% para 0,2%. 

Ao fim do ano, o governo acredita no crescimento de 0,012% contra projeção de 2,2%. 


Economia norte-americana em recessão

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"De acordo com o modelo macro da Crescat Capital, a recessão americana está apenas no começo, com bastante espaço para evoluir. Enquanto isso, o Fed e o Governo americano continuam "jogando dinheiro do Helicóptero". Conseguirão conter a recessão?"

quarta-feira, 25 de março de 2020

Nouriel Roubini

"O choque para a economia global do COVID-19 foi mais rápido e mais severo que a crise financeira global de 2008 (GFC) e até a Grande Depressão. Nos dois episódios anteriores, as bolsas de valores caíram em 50% ou mais, os mercados de crédito congelaram, as grandes falências se seguiram, as taxas de desemprego subiram acima de 10% e o PIB contraiu a uma taxa anualizada de 10% ou mais. Mas tudo isso levou cerca de três anos para acontecer. Na crise atual, resultados macroeconômicos e financeiros igualmente terríveis se materializaram em três semanas."

Dilema moral: focar na saúde, salvar vidas ou retomar a economia ??

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Este dilema moral é o que permeia os debates por agora. 

O discurso do presidente Jair Bolsonaro conclamou a população a retomar à vida normal, mantendo cuidado especial, apenas, para os idosos. Muitos contestam esta posição, mas como devemos agir, realmente? Sem emoção ou influência política? O Estado tem um papel essencial neste momento, visando direcionar as vidas das pessoas. Será eficiente para isso? Como estabelecer o bom senso, ter equilíbrio,e não se perder no emocionalismo político? 


O gráfico acima mostra o tempo que levou para uma recuperação da bolsa em várias crises.


Nenhuma crise é igual a outra e esta é ainda a mais peculiar de todas.

Bom senso e equilíbrio

O momento é muito complexo. Exige frieza e racionalidade.
Não há relativização, frouxidão, nem tão pouco estremismo. Não acho que radicalismo, para ambos os lados, seja a solução. O que já se sabe, pelos especialistas de saúde? o que é possível fazer? Devemos nos fechar em casa por meses? E o sistema econômico, suas várias capilaridades? Como fica?
Hoje, com a cabeça mais fria e não contaminado pela histeria reinante, dei uma refletida e coloquei na mesa. O que se pode fazer para não mergulhar o País numa profunda recessão e evitar mais mortes pelo Coronavirus?
É esta equação que precisa fechar.
Bom senso e equilíbrio são essenciais neste momento e esperamos que os atores envolvidos estejam atentas à isso.

terça-feira, 24 de março de 2020

Notas do Alentejo, por Julio Hegedus Netto

Tenho escrito todas as semanas neste espaço  para tentar entender melhor o momento que vivemos. Tenho focado, em especial, na cena econômica, por ser este o objeto central de análise deste blog/grupo, espaço que eu considero relevante para levantar o debate. 

Por outro lado, inevitável abordar outros temas, visto que tudo nos remete para o clima político açodado entre governo federal, governadores e outros atores. 

No plano político, na eclosão desta crise do Coronavirus, irrita muito a atitiude vacilante do presidente Bolsonaro. Primeiro considerou a pandemia uma fantasia, depois migrou para uma gripezinha, até encarar como realmente algo sério. Grande foi a contribuição do seu ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, meio que colocando o presidente na "real". Decorrente disso, o grande personagem do governo neste momento é este ministro, embora causando algum ciúme. Afinal, vivemos ainda a "sindrome de Polyana", com o presidente negando a realidade?

Pesquisa Focus. Trabalha-se com um crescimento de 1,5% em 2020, sendo importante analisar a queda de 0,2% no primeiro trimestre deste ano contra o anterior. Importante observar, porém, que várias casas e o próprio governo já revisaram o crescimento do PIB para este ano. O governo trabalha com estagnação de 0,02%, o Itaú -0,7%. 

Receituario econômico. O que deve predominar a partir de agora. Políticas keynesianas anti-cíclicas fiscais e liberações de créditos, num mix de políticas que devem se complementar? Sobre a questão do desemprego, a ordem é criar alguma política de renda mínima ou abrir para livres negociações entre as partes. Possível que estes acordos sejam possíveis, com desligamentos temporários em prazos de até quatro meses.  

Já observamos sim algum desvio de rota na macroeconomia, com mobilização de recursos do Tesouro. Segundo o brilhante Armínio Fraga, ex-presidente do BACEN e ex-CEO da Gávea, algumas alternativas de políticas públicas são postas, diante de um cenário de calamidade pública. 

Aos mais pobres temos a ampliação do Bolsa Família; para os trabalhadores informais, importante se  cadastrarem, num grande esforço de comunicação. Linhas de crédito são abertas.

Para os pequenos empreendedores da rua. Quando eles perdem a receita, quebram. A CEF já sinalizou mecanismos de financiamento. Fraga abre a possibilidade do Tesouro liberar recursos para estas pessoas. 

Nesta terça-feira, dia 23, o mercado foi altista, subindo 9,6% a 69,7 mil pontos, impulsionado pelos bons ventos externos, dado o pacote fiscal em discussão no Congresso norte-americano. Decorrente, o dólar recuou 1,4%, a R$ 5,07. 

Importante observar por este gráfico a seguir o descolamento da China frente a outros emergentes. Talvez por ser uma ditadura seja mais fácil "segurar" as populações que acabam agindo mais ordeiramente. O fato é que o tombo dos emergentes tende a ser bem maior. 

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Luiz A. Esteves, Phd. Mais uma preciosa contribuição.

RESEARCH ARTICLE

The Hidden Geometry of Complex, Network-Driven Contagion Phenomena

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segunda-feira, 23 de março de 2020

Ações Coletivas - como evitar catástrofes ?


Um interessante artigo nos trouxe ao debates modelos teóricos, conhecidos como "Ações Coletivas". O esforço é tentar responder à catastrofes, como esta vivenciada atualmente.

  • A pandemia, primeiro epidemia, limitada a Wuham, do Coronavirus, depois cientificamente, chamada de Covid 19, rapidamente se espalhou pelo mundo.
  • Gênese. Importante que se diga que, inicialmente, o governo central chinês, quer dizer, o PCC, primeiro negou o fato. De certa forma foi leniente nos dois primeiros meses, como toda burocracia centralizadora e corrupta. Depois quando "caiu a ficha", se mobilizou, convocando a população a ficar em casa, no tal "distanciamento social". Foi uma decisão tardia, o que o obrigou a ser radical. Mesmo assim, como é um virus altamente transmissível, acabou saindo da zona de controle. Aqui, o crescimento de infectados se deu em progressão geométrica, numa velocidade impressionante.
  • Na Ásia. Passados seis meses (dizem q o primeiro caso aconteceu em meados de novembro naquela procíncia chinesa) observa-se que os países asiáticos conseguiram "achatar a curva de crescimento".
  • Na Europa. Os italianos, muito lenientes inicialmente, levaram um "drible do destino" e só recentemente caíram na real. A ITÁLIA ingressou em quarentena radical, a ponto de prender quem saísse à rua sem um motivo. Na Europa, outro país muito atingido foi a Espanha, pelos mesmos motivos dos italianos, por não terem levado à serio o poder de transmisão do virus.
  • Ação coletiva. Discutimos agora qual a eficácia da chamada "ação coletiva". Como mobilizar uma sociedade em torno de um objetivo comum definido, neste caso, a emergência de debelar uma pandemia, que se espalha rapidamente. Para isso, necessário haver "coesão social", política em harmonia, poderes se entendendo bem, capacidade de mobilização da sociedade, postura cívica, economia em bom ritmo, não em crise permanente, já que estas ações coletivas exigem sacrifícios, etc.
  • Concluindo. Chegamos agora ao ponto essencial. Como o Brasil vem respondendo? Por parte do Ministro da Saúde, Mandetta, nada à criticar. Seu comportamento, poder de mobilização, no enfrentamento da pandemia, vão sendo dignos de maiores eleogios e todos têm destacado seu papel. Uma obra marcante neste debate é o livro ao fim, "The Dark Side of the Force, de Jack Hirshleifer", versando sobre a teoria do conflito e seus principais mecanismos. Para isso, importante observar implicações políticas. Vejamos.
  1. Importante observar que a capacidade dos países, de se organizarem para evitar catástrofes, depende criticamente da incerteza sobre o limiar ou ponto de inflexão para mudanças catastróficas;
  2. Se essa incerteza é pequena, para se evitar a catástrofe é preciso coordenação - algo que os países são muito bons em fazer;
  3. Quando essa incerteza é grande, a ação coletiva exige a aplicação de um acordo de cooperação - algo que os países são muito ruins em fazer;
  4. A aplicação pode ser aprimorada se os países cedem alguma soberania - e, no entanto, historicamente, os países não estavam dispostos a fazer isso sem antes experimentar um resultado catastrófico;
  5. Em alguns casos, pode ser possível conceber estratégias que transformem um problema de ação coletiva em um jogo de coordenação.

    Faço questão de destacar a contribuição do economista Doutor Luiz A. Esteves, ao abordar este tema.


A publicação recomendada.

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domingo, 22 de março de 2020

Densidade de médicos

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Livro no prelo

Como o mercado editorial é rápido. Lançando um livro no exterior

"Mitigating the Covid economic crisis: act fast do wathever it take"



Leia um trecho: ...

"o impacto disruptivo da luta contra o COVID-19 sobre empregos, dívidas e empréstimos, bem como sobre as cadeias de suprimentos, coloca em risco todo o tecido econômico das economias europeias. Se não agirmos como a situação exige, podemos descobrir que quando quisermos voltar ao normal depois que o vírus passar, acharemos impossível fazê-lo"... #macroeconomics #economy #corporatestrategy #crisismanagement #riskmanagement #financialmanagement #corporatestrategy #financialmarkets # #creditrisk #capitalmarkets #fiscalpolicy #monetarypolicy #debt #bonds #loans #equities #supplychain #covid19 #coronavirus #buythedips #yieldhunt #investments #privateequity #realestate #liquidityrisk #cashmanagement #liquidity

sexta-feira, 20 de março de 2020

Na real

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Tem gente que ainda acha que o coronavírus é uma gripe piorada. Não é. A gripe é causada pela família do vírus influenza. Ele é velho conhecido e todo ano são produzidas vacinas para as cepas em circulação.
Os coronavírus são outra coisa. Eles são da família que causa a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e MERS (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), doenças que atacam severamente o sistema respiratório.

O novo coronavírus, o SARS-Cov-2, que causa a doença COVID-19, é particularmente perigoso. Tem se mostrado muito mais contagioso que outros coronavírus e vem causando pneumonias duplas, graves e resilientes, principalmente nos mais velhos. Os pulmões entram em colapso e dependem de ação externa para funcionar, com respiradores e entubações feitas em UTIs. Sem isso, a pessoa não consegue respirar e morre.

Se você é jovem e saudável, o risco de ter problemas mais sérios é muito pequeno, mas se contrair a doença, pode transmiti-la a seus pais e avós. Então, quando se deparar com as recomendações de prevenção, antes de dar de ombros, lembre-se: não é gripe forte, é outra coisa, muito mais séria, causa pneumonia dupla e resiliente, e pode matar. Se não você, alguém que você ama.

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...