sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Críticas ao Meirelles

O ministro Henrique Meirelles tornou a virar alvo de críticas. A pressão para que a equipe econômica tire da cartola medidas para retomar o crescimento ganhou força após o decepcionante recuo de 0,8% do PIB no terceiro trimestre. Os investimentos caíram e provocaram uma onda de queixas ao presidente. Cobra-se mais criatividade da Fazenda. Uma frase resume o sentimento geral em Brasília: “A equipe dos sonhos não está conseguindo entregar os sonhos da equipe”.

SEMANA PESADA

 Foi mais uma semana pesada para os mercados. Num movimento desesperado, diante da proximidade da delação premiada da Odebrecht, alguns congressistas trataram de colocar a Lava Jato sob pressão. Dois eventos foram marcantes neste sentido: (1) a descaracterização total do projeto das “Dez Medidas contra a Corrupção”; e (2) a discussão da lei de abuso de autoridade, colocada em pauta do Senado num momento totalmente inapropriado. E Sergio Moro denunciou isso. Para ele, foi objetivo do presidente do Senado, Renan Calheiros, “criminalizar as investigações sobre o maior caso de corrupção da história”. Este mesmo Calheiros que acabou colocado como réu pelo STF. Assim sendo, como pensar em retomada da economia? O PIB veio mais fraco no terceiro trimestre, sendo maiores os tombos no consumo e nos investimentos, itens que cresceram no trimestre anterior. Neste ano deveremos despencar mais de 3,5% e em 2017 as expectativas indicam um crescimento ainda menor, não devendo passar de 0,6% a 0,8%. Em suma, a recessão continua a desnortear o País e o clima político açodado contribui para isso.  

Armínio Fraga?

Arminio Fraga aceitou conversar com o governo. Mas insistiu para que Henrique Meirelles participasse das conversas. Ele não vai ajudar a fritar o ministro da Fazenda. E recusaria o cargo se lhe fosse oferecido, assim como já recusou no passado. By Antagonista.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Alguns já começam a cogitar de pedir um suporte do FMI para aliviar no ajuste fiscal

COPOM MAIS CAUTELOSO

Sem surpresas a decisão do Copom de cortar o juro em 0,25 ponto percentual, a 13,75%, na reunião do Copom desta quarta-feira. Foi uma decisão unânime.

Para o Bacen, o cenário externo acabou pesando para esta decisão mais cautelosa. Depois da eleição de Donald Trump, o real se depreciou consideravelmente, hoje negociado em torno de R$ 3,39 a R$ 3,40, o que pode ter efeitos inflacionários mais a frente. Mesmo assim, apesar deste cenário externo incerto, considerou a possibilidade, em breve, de uma "normalização".

Para as próximas reuniões, a autoridade monetária estará monitorando de perto a cena externa e também a inflação, em desaceleração nas últimas apurações. Alguma atenção também será necessária para a cena política, muito conturbada nos últimos dias, e o ritmo de ajuste fiscal. Tivemos uma votação folgada em primeiro turno no Senado da "PEC do teto", devendo passar sem sustos em meados de dezembro, mas a Reforma da Previdência deve enfrentar resistências em 2017. 


Diante disso, estamos em revisão na taxa Selic de 2017, visto que é grande o risco de novas depreciações cambiais, dados os movimentos do presidente Trump em favor de uma política fiscal mais expansionista nos EUA, e a cena política doméstica piorar.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Deputado Onyx Lorenzoni

Para o deputado Onyx Lorenzoni, a Câmara desperdiçou uma oportunidade de elevar sua estatura na votação do pacote de medidas anticorrupção. Preferiu rebaixar o pé-direito. “A câmara perdeu uma oportunidade de se reconciliar com a sociedade”. O deputado acrescentou: “O que é mais triste é que, entre a população e a corporação, a Câmara optou por olhar para dentro. Ficou com a corporação. Perdeu a chance de recuperar alguma credibilidade. Sai muito menor desse episódio. E os próximos meses serão muito ruins. O risco de abrir uma crise institucional entre Poderes é gigantesca. Judiciário e Ministério Público vão reagir.”

PIB RECUA 0,8% NO TERCEIRO TRIMESTRE CONTRA O ANTERIOR

Veio sem surpresas o desempenho do PIB no terceiro trimestre deste ano.

Recuou 0,8% contra o anterior (sétima queda seguida), 2,9% contra o mesmo do ano passado (décima seguida), 4,4% em quatro trimestres e 4% no acumulado ao ano. Pelo lado da oferta, o maior tombo acabou com o setor agropecuário (-1,4%) e a indústria (-1,3%), com os serviços recuando 0,6%. Na indústria, a indústria extrativa mineral meio que compensou esta queda, crescendo 3,8%. Isto se explica pela retomada da Petrobras, na “normalização” da produção e da gestão da empresa.

Por outro lado, refletindo uma demanda ainda fraca, dado o alto endividamento das famílias, e as exportações de lado, a indústria de transformação recuou 2,1% e a de construção 1,7%. Por fim, pelo lado da demanda, os investimentos voltaram a cair (-3,1%), depois de terem crescido 0,5% no trimestre anterior. Isso é um indicativo de que a confiança dos empresários ainda não foi restabelecida.


Ao fim deste ano, a retração deve seguir elevada, com o PIB recuando entre 3,6% e 4,0% e no ano que vem crescendo menos, em torno de 0,5% a 0,8%. A retomada, no entanto, deve ser reforçada a partir do segundo semestre de 2017.   

SENTIMENTOS DIFUSOS DEPOIS DAS VOTAÇÕES NO CONGRESSO

“Aceita o seu destino. Ser prestativo demais tem seus perigos! Na velhacaria destes tempos flácidos, a virtude tem que pedir perdão ao vício” Shakespeare em Hamlet.

Esta citação acima bem se aplica ao momento conturbado que estamos vivendo. Nas votações na noite passada, se de um lado, tivemos uma boa votação em torno da PEC do teto no Senado, mesmo com todos os protestos nas cercanias do Congresso, por outro, foi vergonhosa a votação na Câmara em torno das “Dez Medidas contra a Corrupção”.

Na primeira, a votação foi relativamente folgada, com 61 votos a favor e 14 contrários. Algumas emendas colocadas acabaram suprimidas. Agora é partir para o segundo turno no dia 14/12 e já enviar ao Congresso a Reforma da Previdência. Na segunda, no entanto, pegou muito mal a deturpação completa deste projeto popular. Dentre as alterações feitas pelos congressistas, chamou atenção o fim daquela que estimulava as delações, no chamado "depoente do bem", e a aprovação de uma emenda que cria mecanismos para a punição de membros do Ministério Público e do Judiciário que "extrapolarem nas suas atribuições". Foi, na verdade, a medida criada por Renan Calheiros, que define o “crime de abuso de autoridade”, prevendo punição a juízes e promotores.


Outras barbaridades foram cometidas, mas nestas duas, o que se viu, claramente, foi o Legislativo tentando esvaziar as ações da Lava-Jato. Uma crise institucional pode estar sendo gestada. Esperemos que o Senado tenha a grandeza necessária para corrigir estas deturpações.    

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Semana carregada

Iniciamos esta semana carregados de eventos. Nesta segunda-feira veio o desempenho do governo consolidado, num superávit surpreendente de R$ 39,5 bilhões, decorrente das repatriações de recursos externos, reduzindo o rombo em 12 meses de 3,08% do PIB para 2,25%. Dentre as outras novidades da semana, atenção para a votação em primeiro turno no Senado da PEC 55 do teto dos gastos e a PEC da Reforma Política. O PIB do terceiro trimestre também chama atenção. Deve vir com um recuo de 0,8% contra o trimestre anterior e 3,5% contra o mesmo do ano passado. Ao fim deste ano devemos mergulhar 3,6% e no ano que vem pouco crescer...algo em torno de 0,5% a 0,8%. Atenção também para o PIM de outubro, o IGP-M e a balança comercial de novembro. No ano, esta já passa de US$ 40 bilhões. 

Cerimônia fúnebre de Fidel Castro

Um povo emocionado, muita gente, acompanhando o cortejo fúnebre de Fidel Castro em Havana. Foi um herói? Um genocida? Um populista? Só o povo cubano pode julgá-lo. Fiquemos então com as nossas idiossincrasias internas e passemos a nos preocupar com o nosso quintal, por demais esculhambado. Temos problemas demais para ficar nos guiando pelo ocaso desta pequena ilha do Caribe. Eles constroem sua história, nós construamos a nossa....

Artigo da Semana.

Fidel Castro morto: fim de uma era

Gosto de todos neste espaço mas começo a me preocupar qdo estes tentam reescrever a história pelo seu viés, mesmo q sejam conjecturas sem sentido. Sempre afirmei isso. É burrice ter uma visão binária da realidade. Se eu tenho horror do Lula e sua gangue não significa q tenha q achar o inconsequente, mediático, mal caráter e sexista Trump um herói. Isto é o q mais me espanta. E não acho Fidel um ditador sanguinário. Pinochet sim; Vilella; sim; até Maduro pela irresponsabilidade. Agora posso achar q Fidel se perdeu, demorou muito para largar o poder....e errou e muito ao longo da sua trajetória no poder. A história o julgará.....E viva o povo cubano!! Estes sim, politizados e lúcidos. Retornando. Acho o PT um partido de bandidos, mas isto não significa q eu tenha q ter simpatia pelos republicanos, ser admirador da direita mais reacionária....

Editorial do Estadão (17/02)

LULA PROMETE O ATRASO: A razia bolsonarista demanda a eleição de um presidente disposto a trabalhar dobrado na reconstrução do País. A bem d...